Colisão planetária rara observada em torno da estrela próxima Fomalhaut

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Os astrônomos observaram diretamente uma segunda colisão planetária em torno da estrela Fomalhaut, localizada a apenas 25 anos-luz da Terra. O evento, captado pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA, acrescenta evidências crescentes de que os impactos planetesimais são muito mais frequentes em alguns sistemas do que se pensava anteriormente. Isto torna o sistema de Fomalhaut um laboratório natural único para estudar os caóticos estágios iniciais da formação planetária.

A descoberta de uma segunda colisão

A estrela Fomalhaut, já conhecida pelo seu grande disco de detritos e por um planeta anteriormente detetado (mas agora contestado) chamado Fomalhaut b, revelou uma nova fonte pontual de luz em 2023. Este objeto recentemente observado, apelidado de “cs2”, apareceu na mesma região em torno da estrela onde Fomalhaut b foi avistado pela primeira vez duas décadas antes. Paul Kalas, da Universidade da Califórnia, Berkeley, interpretam isto como uma nuvem de poeira resultante de uma recente colisão de alta energia entre dois planetesimais – corpos rochosos menores que os planetas, mas maiores que os asteróides.

Por que isso é importante: A observação direta de tais colisões é extremamente rara. Ao contrário do nosso próprio Sistema Solar, que se estabeleceu em grande parte na estabilidade orbital, Fomalhaut parece estar a sofrer uma evolução planetária frequente e violenta.

O mistério dos impactos recorrentes

A descoberta é intrigante porque as duas colisões observadas – cs1 e cs2 – estão fisicamente próximas uma da outra no disco de detritos de Fomalhaut. Se os impactos fossem verdadeiramente aleatórios, deveriam ocorrer numa área mais ampla. O fato de terem acontecido num período de 20 anos também é incomum.

Modelos anteriores sugeriam que tais eventos deveriam ocorrer apenas uma vez a cada 100 mil anos ou mais. O facto de dois terem sido testemunhados em rápida sucessão sugere uma configuração instável dentro do sistema ou uma taxa de colisão mais elevada do que o previsto.

Implicações para a formação de sistemas planetários

Os cientistas estimam que os planetesimais em colisão tinham cerca de 30 quilómetros (19 milhas) de diâmetro. Com base nestas observações, inferem a existência de aproximadamente 300 milhões de objetos semelhantes orbitando Fomalhaut. Esta alta densidade de planetesimais sugere um estágio inicial caótico de desenvolvimento do sistema.

“O aspecto interessante desta observação é que permite aos investigadores estimar tanto o tamanho dos corpos em colisão como quantos deles existem no disco, informação que é quase impossível de obter por qualquer outro meio”, disse o Dr. Mark Wyatt, da Universidade de Cambridge. As colisões em curso oferecem uma oportunidade única para estudar a composição e os mecanismos de formação dos planetesimais em tempo real.

“O sistema planetário de Fomalhaut brilharia com essas colisões” — Dr. Paul Kalas

O estudo, publicado na Science, reforça a ideia de que os sistemas planetários evoluem através de interações frequentes e violentas no início das suas vidas. Estas colisões moldam a distribuição de detritos, influenciam as órbitas planetárias e, em última análise, determinam a arquitetura final de um sistema estelar.

O sistema Fomalhaut oferece uma rara visão desta fase turbulenta, fornecendo informações valiosas sobre como os planetas se formam e quão comuns podem ser tais ambientes caóticos em toda a galáxia.

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