Beachy Head Woman: DNA revela origens britânicas locais, não ancestrais africanos

19

A identidade de um esqueleto da era romana descoberto na Grã-Bretanha, conhecido como Beachy Head Woman, foi definitivamente esclarecido através de análises avançadas de DNA. Ao contrário das especulações anteriores que sugeriam origens africanas ou do Mediterrâneo Oriental, as pesquisas mais recentes confirmam que ela era geneticamente semelhante a outros indivíduos que viviam na Grã-Bretanha romana e nos britânicos modernos.

O antigo equívoco

Por mais de uma década, os restos mortais da Beachy Head Woman, encontrada pela primeira vez em meados do século 20 e redescoberta em 2012, geraram debate sobre sua ancestralidade. As observações iniciais de seu crânio levaram alguns pesquisadores a levantar a hipótese de que ela poderia ser a “primeira britânica negra”. Essa suposição, alimentada por características físicas, ganhou força na mídia, nos círculos acadêmicos e em materiais educacionais. No entanto, a base para esta afirmação era falha: confiar na morfologia do crânio para determinar a etnia está desatualizado e não é confiável.

O avanço genético

A nova análise, liderada por William Marsh no Museu de História Natural (NHM) de Londres, utilizou técnicas de DNA de última geração. Esses métodos revelaram uma “forte afinidade genética” entre a Beachy Head Woman e as populações rurais britânicas durante a ocupação romana (129–311 dC).

O perfil genético da mulher sugere que ela provavelmente tinha olhos azuis, cabelos claros e pele variando de clara a escura. Crucialmente, não há provas de ascendência africana recente no seu genoma. Anteriormente, uma análise de 2017 sugeria origens do Mediterrâneo Oriental, mas isto também foi refutado pelas descobertas actuais mais precisas.

Por que isso é importante

O caso ressalta um ponto vital: suposições baseadas na aparência física são propensas a erros. A história da Beachy Head Woman destaca como métodos antropológicos desatualizados podem facilmente levar a conclusões imprecisas. A genética fornece uma maneira muito mais robusta e objetiva de compreender as populações antigas.

“Nosso conhecimento científico está em constante evolução e, como cientistas, é nosso trabalho continuar pressionando por respostas”, diz a antropóloga Selina Brace, do NHM.

Esta descoberta não diminui a importância da diversidade na história britânica, mas esclarece que a história da Beachy Head Woman foi mal interpretada. O incidente serve como um lembrete de que os dados genéticos devem sempre ser priorizados em detrimento das interpretações subjetivas na reconstrução do passado.

As verdadeiras origens da Beachy Head Woman, agora reveladas pelo DNA, demonstram que suposições sobre ancestralidade baseadas apenas na aparência podem ser enganosas. À medida que a tecnologia avança, também avança a nossa compreensão da história humana, e este caso exemplifica porque é que a investigação científica rigorosa é essencial.